O RCAAP – Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal – termina 2024 da melhor forma, ao alcançar o marco histórico de 1 milhão de documentos agregados a partir de recursos nacionais. Esta meta é conseguida no ano em que este serviço digital da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, desenvolvido pela FCCN e pela Universidade do Minho, comemora 16 anos de atividade.
Paulo Lopes, gestor do RCAAP, explica a importância desta conquista e revela quais os objetivos para o futuro deste projeto, referindo que “é um momento histórico para o RCAAP e para a ciência aberta em Portugal”
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1 milhão de documentos agregados: significado e importância
Para Paulo Lopes, esta conquista “reflete o compromisso das instituições portuguesas em partilhar conhecimento de forma acessível e transparente, aumentando a visibilidade e o impacto da produção científica nacional”.
Segundo este, a agregação de 1 milhão de artigos posiciona ainda Portugal como um exemplo na adoção de práticas de ciência aberta e, internacionalmente, vem reforçar a presença da investigação nacional em redes globais e facilitar o acesso a colaborações, citações e reutilização científica.
A evolução do RCAAP
Desde o seu lançamento, em 2008, esta iniciativa tem vindo a crescer de forma contínua, tendo hoje, entre outros números, 385 recursos (revistas e repositórios) alojados. Para esta evolução, o responsável destaca “a criação de serviços como o SARI (dois terços dos repositórios nacionais de acesso aberto usufruem deste serviço), o SARC e a adesão a padrões internacionais, que consolidaram o RCAAP como referência na gestão de informação científica. Salienta ainda “a importância da iniciativa PUBIN como suporte à publicação em acesso aberto Diamante”.
No entanto, enumera também alguns desafios que foram surgindo ao longo destes 16 anos: a necessidade de sensibilizar as instituições para a adoção de repositórios, o alinhamento com políticas de acesso aberto e a integração de repositórios com diferentes plataformas e formatos padronizados.
O papel do RCAAP para a promoção da ciência aberta
Segundo Paulo Lopes, o RCAAP é “um pilar fundamental da estratégia nacional de ciência aberta, promovendo o acesso livre ao conhecimento e a conformidade com políticas de acesso aberto, como as da FCT”. O contributo do projeto para a democratização da ciência, que vem permitir que os resultados de investigação cheguem a um público mais amplo, foi também um dos motivos apontados para o sucesso.
O feedback da comunidade é também um dos pontos de destaque do responsável, que afirma que os utilizadores o reconhecem “como um serviço essencial para a gestão e disseminação da produção científica”. Entre os vários fatores, destacam-se a facilidade no acesso, o suporte técnico e o alinhamento com as necessidades das instituições.
Objetivos futuros
O futuro deste serviço da FCT passa por um objetivo transversal que pretende continuar a expansão da cobertura da Ciência Aberta, conforme recomendado pela UNESCO. Esse objetivo contempla outros pilares como a plataforma de recursos educacionais abertos (NAU), a orientação e apoio para a publicação pela via Diamante (PUBIN), a publicação pela via transformativa (b-on – https://www.b-on.pt/acesso-aberto/) ou a disponibilização pública dos dados de investigação (POLEN).
No caso do RCAAP, a persecução deste objetivo passa por expandir a agregação de conteúdos em acesso aberto, reforçar a integração com iniciativas internacionais e apoiar ainda mais as instituições no cumprimento de políticas de ciência aberta.
Adicionalmente, pretende-se “investir em inovação tecnológica para garantir que o RCAAP continue na vanguarda da gestão da informação científica”, conclui o gestor do serviço.