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João Nuno Ferreira
Coordenador Geral

As redes assumem um papel fundamental para a ciência e para a academia. São elas que ligam as instituições de ensino e investigação, disponibilizando também serviços digitais avançados que ajudam investigadores e estudantes a desenvolver investigação e a integrar redes a ou aceder a recursos internacionais.

Portugal terminou recentemente um processo de requalificação, atualização e aumento de capacidade da sua rede nacional de investigação e ensino, que é gerida pela FCCN, unidade da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

O projeto RCTS100, inaugurado no passado mês de fevereiro, teve como principais objetivos acabar com as desigualdades digitais que ainda existiam entre as entidades do litoral e de partes do interior de Portugal continental, substituir a tecnologia anterior de 10Gb/s para tecnologia de 100Gb/s, melhorar a redundância e resiliência da rede e desenvolver e melhorar os vários serviços digitais disponibilizados sobre a rede. Com um investimento total de 17,2 milhões de euros, 13 dos quais provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), foi um plano ambicioso e com desafios exigentes.

Durante este período viveu-se a pandemia, em que, simultaneamente, as redes digitais se destacaram no apoio à economia e contactos sociais, mas em que também se verificaram graves disrupções no fornecimento de equipamentos e aumentos significativos de custos.

Uma das principais alterações que o projeto RCTS100 implementou foi a inclusão de melhorias nas redes locais de nove entidades de ensino superior do interior. Foi um processo inovador, de estreita colaboração com essas entidades, tendo atingido plenamente os seus objetivos. Foi assim possível remover diversos obstáculos para que as novas potencialidades da rede pudessem ser devidamente aproveitadas.

No plano internacional, a implementação do RCTS100 coincidiu com um projeto de melhoria da rede europeia GÉANT e com a chegada a Portugal do cabo submarino EllaLink, com o Brasil. Deste modo, todas as entidades nacionais passaram a dispor de condições ótimas de comunicações com as suas congéneres europeias e da américa latina.

Com este projeto, a rede nacional de investigação e ensino passou a ser uma rede de classe internacional, que permite aos investigadores e comunidade de ensino superior cursarem, sem constrangimentos de capacidade, os fluxos de informação que forem necessários nos seus processos de trabalho. Houve serviços melhorados ou novos, nomeadamente na vertente de apoio à gestão de ciência e ciência aberta.

O futuro passará pela construção de um datacentre de ciência na região norte. Será igualmente necessário procurar formas de melhorar as ligações com as regiões autónomas, última barreira a vencer na remoção das desigualdades digitais da rede de ciência e edução gerida pela FCCN.

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